Um grupo de engenheiros e desenvolvedores de software da Marinha deram uma pausa em suas atividades diárias em dezembro para se dedicar a uma tarefa considerada ultrapassada por alguns: eles se tornaram radioamadores licenciados.
Cerca de 23 funcionários da Divisão de Armas do Centro de Guerra Aérea Naval (NAWCWD) participaram durante uma semana de aulas de radioamadorismo em Point Mugu, Califórnia, culminando com um teste para obter a licença de radioamador da FCC, a Anatel americana. Todos passaram e obtiveram licença no nível “técnico” para operação de radioamador, o que equivale à nossa classe C.
Agora, oficiais da Marinha dizem que a medida pode melhorar o desempenho deles no trabalho. Como resultado dos estudos, a equipe compreende melhor a propagação de radiofrequência (RF) que é essencial para o que eles fazem, disse Brian Hill, chefe de experimentação de manobras de guerra eletromagnética e supervisor de guerra eletrônica colaborativa no NAWCWD.
Hill, que obteve sua licença de radioamador no ensino médio, notou que, embora a maioria das pessoas contratadas recentemente em seu departamento tivesse graduação em ciência da computação, muitos tinham pouca experiência em teoria ou operação de RF.
"Você pode explicar padrões de antena e conceitos como antenas omnidirecionais e direcionais usando gráficos Smith, mas é interessante fazer uma demonstração para realmente fixar o conceito", disse Hill. “Você pode explicar a modulação como um conceito, mas mostrar na prática é bem melhor... fazê-los ouvir como os sinais digitais modulados em freqüências de áudio soam... Para aqueles que nunca tiveram a alegria de ouvir um modem de 2400 bps conectado através de uma linha telefônica, foi algo realmente novo!”
Esses conceitos são centrais para as manobras de guerra eletromagnética.
"Precisamos ser capazes de lidar com todas as ameaças e oportunidades em toda a faixa de frequências, desde zero hertz até a luz, dentro de um sistema integrado", disse Hill. “Nossos adversários estão observando todo o espectro para usar contra nós, e precisamos fazer o mesmo. Ter consciência de como a atmosfera muda da luz do dia para a noite e como isso afeta a propagação de em HF é importante ”.
Isso pode ser crítico para jovens desenvolvedores e engenheiros cuja experiência é tipicamente limitada aos sistemas baseados em UHF / EHF, agora em voga nas comunicações, orientação e tecnologias ISR.
Quando Ian Mann, diretor da divisão de engenharia de design de alvos, ouviu falar sobre a classe de Hill, ele determinou que sua equipe também participasse. Tendo obtido sua própria licença, quando trabalhou anteriormente na Aerovironment, fabricante de drones, Mann sabia que o curso poderia ajudar a inspirar idéias entre os engenheiros.
"Quando conversei com Brian e descobri que sua pequena turma já estava em uma lista de espera, sabia que precisávamos aumentar o número de vagas", disse ele. "Muitos engenheiros nossos têm especializações, mas raramente um engenheiro aeronáutico pensa sobre como ele muda a polarização da antena C2 quando o avião se inclina para uma curva. Eles não estão apenas movendo o avião, mas também a antena. Isso já motivou várias conversas e espero que muitas mais continuem”.
Ensinados por um radioamador instrutor local, os alunos gostaram do curso, disse ele.
"Valeu a pena o esforço e as pessoas já estão perguntando quando será o próximo curso", disse Mann.
"Estamos pensando em realizar uma caça à raposa em breve", disse Hill. "A equipe irá projetar uma antena direcional, construí-la em classe individualmente e, em seguida, usá-las para encontrar um pequeno transmissor de RF escondido em algum lugar da base".
Já estão em andamento outros planos para que os desenvolvedores tenham experiência prática na execução de funções básicas de suporte de guerra eletrônica, inclusive com  possíveis oportunidades de classes interdisciplinares na manufatura aditiva ou impressão 3D.