Como sabemos, é do sol que vem a fonte de energia primária para praticamente tudo que se refere à atividade humana na Terra. É do sol que vem a energia que as plantas utilizam para crescer, é do sol que vem o calor necessário para não nos transformarmos num planeta coberto de gelo, e muito mais. Além disso, é a radiação solar que forma a ionosfera, e sem ela não existe propagação a longas distâncias. Sem a ionosfera, não seria possível haver as rodadas em 40m que agregam colegas da Bahia até Ceará, nem fazer contatos com a Europa em 20m. Sem a ionosfera, os colegas da faixa do cidadão que são caminhoneiros também não teriam como se comunicar entre si. Enfim, sem a ionosfera, as faixas de frequência de HF só poderiam ser utilizadas para contatos a nível local, a apenas algumas dezenas ou centenas de quilômetros. Seria o que se poderia chamar de propagação "ZERO".

O nosso sol não mantém os seus níveis de radiação constantes o tempo todo. Ao contrário, ele segue um ciclo que se repete a cada 11 anos aproximadamente. Este ciclo começa com baixa atividade solar (e portanto pouca propagação) e vai aumentando até atingir um pico ou máximo, quando a propagação fica muito boa, favorecendo os contatos a longa distância. Depois, começa a diminuir até atingir um mínimo, e aí o ciclo se repete. Muitos que eram radioamadores ou operadores da faixa do cidadão em 1980 se lembram da propagação na época, que praticamente nunca "fechava", mas permitia contatos DX praticamente 24 horas por dia.

No gráfico acima podemos observar a variação do ciclo solar. Veja que por volta de 1980 tivemos um pico formidável. Ao mesmo tempo, vemos que atualmente estamos no meríodo mínimo.

Há muito tempo, os cientistas descobriram estas variações na atividade solar e vêm numerando e pesquisando seus efeitos na Terra. Atualmente, estamos no ciclo 24, desde que se começou a observar estes ciclos. Além disso, estamos no ponto de nível mínimo, portanto, eis a explicação para a propagação sofrível que estamos enfrentando.

Pois bem, esta semana foram divulgadas as primeiras previsões para o próximo ciclo, o 25. Para nossa tristeza, eles dizem que é provável que ele seja muito parecido com o atual ciclo 24, que está previsto para terminar em 2019 ou 2020. Disseram ainda que o seu nível máximo deve ser atingido entre 2023 e 2026. A persquisa foi apresentada em 5 de abril, no Workshop do Clima Espacial da NOAA em 2019, em Boulder, Colorado.

Esta previsão do ciclo solar dá uma idéia aproximada da ocorrência de blecautes de rádio, tempestades geomagnéticas e tempestades de radiação solar. Além de seus efeitos na propagação do sinal de rádio, o clima espacial pode afetar as redes elétricas; comunicações militares, aéreas e marítimas críticas; satélites e sinais de GPS, e pode até ameaçar os astronautas a bordo da ISS por conta da exposição à radiação prejudicial.

Aspecto da erupção solar de 2012. Cada "braço" brilhante da imagem é milhares de vezes maior que o tamanho da Terra.

Apesar das previsões gerais não serem tão boas, erupções violentas do sol podem ocorrer a qualquer momento. Um exemplo disso ocorreu em 23 de julho de 2012, quando uma poderosa erupção de ejeção de massa coronal (CME) por pouco não atingiu a Terra, mas acertou em cheio o satélite STEREO-A da NASA. Um estudo de 2013 estimou que os EUA teriam sofrido entre 600 bilhões e 2,6 trilhões em prejuízos se se a tempestade solar de 2012 tivesse atingido a Terra. A força da erupção solar de 2012 foi comparável ao famoso evento de Carrington que ocorreu em 1859, que causou danos generalizados às estações telegráficas em todo o mundo e criou auroras boreais visíveis até do sul do Caribe.

Fontes: 
http://www.arrl.org/news/solar-cycle-25-predicted-to-be-similar-to-cycle-24

Receba em seu celular e em primeira mão as notícias publicadas no QTC da ECRA!

Se você usa Whatsapp, acesse ZAP.ECRA.CLUB
Se você usa Telegram, acesse TELEGRAM.ECRA.CLUB
Postagem Anterior Próxima Postagem